“Alguns qualificam o espaço cibernético como
um novo mundo, um mundo virtual, mas não podemos nos equivocar. Não há dois
mundos diferentes, um real e outro virtual, mas apenas um, no qual se devem aplicar
e respeitar os mesmos valores de liberdade e dignidade da pessoa”.
Foi com
base nesse pensamento de Jacques Chirac, que o Educandário Carlos Drummond de
Andrade realizou, no dia 06 de julho de 2013, o primeiro seminário deste ano,
que ocorreu no auditório da UNEC-FANAN (Stella Matutina), e consistiu numa
palestra dirigida pelo Capitão da Polícia Militar Sr. Leonardo Martins Marques,
que abordava o seguinte tema: Crimes virtuais. A escolha dessa temática foi
julgada importante pela escola, visto que esse tem sido assunto polêmico no
século em que vivemos, e ainda envolvente por suas inúmeras e lastimáveis consequências.
Diferentemente do que muitos pensam, o mundo
virtual tem uma enorme abrangência, e não se limita apenas à tela de
computador, em que com um único clique você está definitivamente isolado e “imune”
às más ações frequentemente desenvolvidas por meio deste recurso. E o perigo
está aí. A exposição de dados e informações pessoais na internet e o seu mau uso
acarretam situações piores que, muitas vezes, não têm mais volta.
Atualmente, o simples armazenamento de
conteúdos impróprios é considerado crime, e a invasão de qualquer dispositivo
informático já é vista de outra forma, baseado na Lei Carolina Dieckman. Os principais
crimes virtuais cometidos são: Pedofilia, calúnia e difamação (cyberbullying),
apologia/incitação ao crime, furto (identificações), estelionato, entre outros.
A legislação brasileira se contrapõe, então, aos avanços tecnológicos.
O Capitão Leonardo, por sua vez, não se
prendeu à ordem jurídica, e de uma forma dinâmica procurou estabelecer seu
discurso. O palestrante ainda fez uma sátira, comparando as mídias sociais com
o processo de evolução dos dinossauros. A rapidez que rege o mundo virtual e
determina a cada minuto um novo modelo ou padrão de uso da internet é bastante
significativa, sendo que, muitas vezes, tal uso é delimitado não por leis, mas
por princípios éticos que se sustentam na educação de cada um.
Em virtude disso, foi considerada viável a
apresentação de algumas medidas preventivas, referentes tanto aos alunos quanto
aos pais. Cabe a estes conhecer as pessoas com quem os filhos se relacionam,
evitar acomodar o computador em áreas isoladas da casa, ensiná-los a serem
discretos, enfim, estabelecer regras e limites para uma navegação segura.
Acabada a palestra, realizamos uma pesquisa
de opinião com alguns pais, e eles mostraram-se satisfeitos, enfatizando a
importância da preocupação da escola em abordar essa questão, uma vez que
muitos deles não tinham acesso a todas as informações.
Reconhecendo ainda tamanha influência que as
mídias ou redes sociais exercem sobre os jovens, os pais consideraram
indispensável o acompanhamento das tarefas executadas pelos filhos no computador,
para que, dessa forma, possam evitar que muitas dessas perigosas situações aconteçam.
Contudo, ao perguntarmos aos pais se eles
achavam que seus filhos já estavam prontos para desviar de tais manobras,
obtemos respostas diferenciadas. Para uns, sim, pois muita coisa do que foi
falado já se fazia em casa. Para outros não, conferindo ao seminário tão grande
importância justamente por isso.
Sobre a introdução cada vez mais precoce das
crianças no mundo virtual, o palestrante considerou algo impossível de dominar.
Infelizmente, os gestores dessas redes não podem determinar os perfis
construídos pelas pessoas, que facilmente mentem, inserindo-se nesse espaço.
Em suma, a ideia de falar um pouco sobre crimes
virtuais é sempre muito interessante e o encontro representou apenas um momento
esclarecedor. Diante de tudo isto, espera-se a gora a aplicabilidade, que
dependerá do desenvolvimento de cada um em relação a como se proteger dessas
situações, já que todos os dias encontraremos pessoas promovendo novas formas
de crime e fraudes na internet.
“Quem ainda quiser correr o risco, insistir
no erro, errará consciente”, concluiu uma mãe. É necessária, então, uma mudança
de comportamento a partir desse momento, só assim será possível garantir uma
navegação segura. E lembrem-se: a agressão é virtual, mas o estrago é sempre
real.
Por Helder Azevedo de
Araújo
3ª série E.M